
Ontem assisti pela terceira, talvez quarta vez Volver, do famosérrimo Almodóvar. Pouco sei sobre a parte técnica da coisa, como podem ver, mas sei bem como alguém passional e desprovido de muita sabedoria cinematográfica, apenas com um pequeno expertise, pode se sentir ao deparar com esta película.
Primeiramente devo meus parabéns a Penelope Cruz, que apesar de ter atuado em inúmeros filmes, ainda sim me parecia apenas um belo (e peculiar) rostinho. A verdade é que nunca imaginei que uma hollywoodiana daquelas pudesse se portar tão bem como uma simples dona de casa. Ela impressiona com a naturalidade da atuação e confesso que me senti extremamente acolhida, por ela ser uma mãe compreensiva, agilizada e muito também por me lembrar a minha própria mãe. Não só ela, mas a relação de todo elenco é linda. A tia, a sobrinha e a avó, me passaram um sentimento bem familiar.
A história, por sua vez, parece ser pesada pela sinopse, mas se você conhece Almodóvar vai saber que ele tem um humor peculiar. Mas, o interessamente mesmo é que a história vai te envolvendo sem que você perceba, e com as piadas do diretor, fica muito leve de ser visto. A sacada da mãe voltar e somente no final do filme ela afirmar que não está morta, foi ótima. Juro que por muitas vezes, ingenuamente eu sei, pensei na possibilidade de ela ser um mero fantasma. Culpo Almodóvar por isso, pois sei que dele podemos esperar muitas coisas. Como quando vi a cena do filme Fale com ela, em que no sonho de um rapaz, ele diminui de tamanho e entra dentro da vagina da mulher. Bizarro!
Bom, voltando ao filme, digo com certeza que todos irão gostar, não somente por ele ser simples e ao mesmo tempo carregar uma trama rica, mas por ter um final não necessariamente surpreendente. Na verdade, senti o filme como algo bem próximo da realidade, onde pequenas coisas vão sendo descobertas no decorrer da história, para então se relevar no final, assim como a vida.
Como desfeche, deixo para vocês uma cena do filme, em que Raimunda (Penelope Cruz) dubla uma canção. Uma atuação emocionante, apesar de dublada.
por A. Ayres